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PARÊNTESES – O aluno

Autor - Amélia de Fátima Aversa Araújo - em 

16 de maio de 2014 - Atualizado às 18:53

Há uma semana, fomos colhidos pelo inesperado. A bruta notícia atingiu a família, os amigos, os professores. Um jovem acadêmico de Direito, subitamente, como quem interrompe uma frase no meio, partiu. O lugar vazio, a comoção de quantos o conheciam, a sensação de amargor, tudo se mistura nas almas atônitas. Como processar a dor, senão honrando a memória dos mortos e alimentando os vivos? Como preencher a lacuna, dizem os colegas de classe, se há pouco ele estava tão feliz, tão presente?

É mais uma ferida. Ao longo da existência, colecionamos cicatrizes, e elas nos tornam quem nós somos. Mais uma cicatriz a nos dizer qual a real dimensão e a perspectiva do que importa.

Penso que, ao se aproximar das portas do céu, ele nem precisou pedir licença:

– Pois não, Dirceu, pode entrar!

Amélia de Fátima Aversa Araújo