Autor - Amélia de Fátima Aversa Araújo - em
11 de agosto de 2020
- Atualizado às 11:49
Antes havia o pó. Pó de inúmeros sóis, fragmentos cristalizados do pensamento. Depois, veio o homem: despido, inerme, assombrado de sua consciência, autocoroado e calcando os ecossistemas.
E o homem vilanizou o homem, eviscerando, subjugando, predando. Assim, nas dobras das civilizações, surgiram os direitos. Ideias carregadas de valores, essência orgânica do tempo, materialização da esperança e da justiça.
Não foi suficiente. Foram os direitos vaporizados, natimortos na terra crua.
Eis que alguns tomaram as lágrimas de outros e, além do pranto, verteram golpes de espada. Esses são, ainda hoje (como eram então), os advogados.
Advogados são os que intercedem, no duro desfiar das horas, contra os cenários mais famintos e desolados.
Trazem a história daquelas estrelas, palavra tornada rocha, inteligência transmutada em sangue.
A esses, os verdadeiros, absolutamente necessários, nossas homenagens.
Amélia de Fátima Aversa Araújo
#aversaaraujoadvogados
Ilustração: “Alegoria da Justiça”, detalhe, 1656, Bernardino Mei, coleção particular.